terça-feira, 4 de novembro de 2008

Crise Americana

O líder do capitalismo mundial vem passando por mais este período de turbulência. Sendo este um reflexo do liberalismo econômico instituído nos Estados Unidos da América, no qual a economia regula por si só, mediante a oferta e demanda por produtos e serviços, e o Estado atua com uma mão invisível. Assim houve o “crack” da bolsa de valores de Nova York em 1929 e o país passou por uma crise pelo excesso de produção, que deixou um alto índice de desemprego como conseqüência. Logo depois o mundo vive o período da “Guerra Fria” que tinha como protagonistas o capitalismo x socialismo, na qual prevalece a dominação do capital e, assim, instaura-se a Nova Orem Mundial. Esse novo modelo econômico abriu as portas para o processo de globalização que possibilitou o livre fluxo de capitais, produtos, serviços e informação, isso com certa moderação nos países ainda socialistas.

Assim, houve grande crescimento econômico mundial, com uma exaustiva produção que estimulou cada vez mais o consumo. Mas, agora, o excesso de produtos desencadeou o crescimento do capitalismo ancorado no crédito como uma solução para continuidade do consumo.

Mediante a isso deu-se inicio a uma nova “Guerra Econômica” onde o campo de batalha é o mercado mundial.

Neste cenário, a crise da “bolha” do mercado imobiliário norte americano tem ocorrido devido a alta oferta de crédito que engloba um grande número de pessoas com um histórico de inadimplência e que, por conseqüência, podem oferecer menos garantia de pagamento – é o chamado crédito “subprime” ou alto risco.

Como os empréstimos “subprime” embutem maior risco, eles têm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais títulos das instituições que fizeram o primeiro empréstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago.

Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de vendas de títulos.

Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá inicio a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os “subprime”, o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).



No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia mercados globais.

O mercado já monitorava há meses os problemas com esses créditos imobiliários. Quando a inadimplência dessas operações superou as expectativas, empresa após empresa nos EUA relataram problemas de caixa.

Assim num mundo de incertezas, pois não se sabe ao certo o volume do crédito e dos bancos e empresas envolvidas, o dinheiro pára de circular – quem possui recursos sobrando não empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça.

Assim para socorrer os mercados financeiros e garantir que eles tivessem dinheiro para emprestar, os principais bancos centrais do planeta intervieram e liberaram bilhões em recursos aos bancos. Pois o medo é que com menos crédito disponível, caia o consumo e diminua o crescimento das economias globais.

Como o principal termômetro do tamanho do medo da recessão nos EUA são as Bolsas de Valores. Com receio de perdas, os investidores vendem suas ações para investir em opções mais seguras e provocam fortes quedas. Nos mercados emergentes, como Brasil, por exemplo, registra-se forte saída de investidores estrangeiros, que vendem seus papéis aqui para cobrir as perdas geradas lá fora.

A crise financeira dominou debates dos ricos e poderosos do planeta reunidos na Suíça. Quase todos concordaram em que a saída para as crises mundiais só será encontrada em conjunto.

Logo continua valendo o ditado “quando a América espirra, o resta do mundo apanha um resfriado”.




Fonte: Aula lecionada pelo Professor Paulo Sérgio de Oliveira - Crise Americana

Nenhum comentário: